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Julho 2025

 Bactérias intestinais podem ajudar a eliminar substâncias químicas

As substâncias perfluoroalquílicas e polifluoroalquílicas (PFAS), conhecidas como "substâncias químicas eternas", são altamente persistentes no ambiente e têm sido associadas a vários problemas de saúde humana. Um novo estudo revelou que diversas espécies de bactérias intestinais humanas são capazes de absorver e armazenar estes compostos tóxicos, oferecendo uma possível forma de mitigar os seus efeitos prejudiciais no organismo. A investigação identificou 38 estirpes diferentes de bactérias intestinais com capacidade para absorver PFAS, sendo a Bacteroides uniformis, conhecida pela sua capacidade de degradar fibras, uma das mais eficazes. Em testes com Escherichia coli, os cientistas observaram mecanismos específicos que influenciam a eficácia na absorção destes compostos, o que poderá permitir futuras aplicações em bioengenharia. Os PFAS, ao serem absorvidos pelas bactérias, formam aglomerados dentro das células, o que parece proteger os microrganismos dos efeitos tóxicos. Ensaios realizados em ratinhos, com nove espécies bacterianas implantadas nos intestinos, demonstraram que estas bactérias conseguem capturar rapidamente os PFAS e facilitar a sua eliminação pelas fezes. Embora ainda não exista um método para destruir os PFAS, os resultados deste estudo abrem caminho para o desenvolvimento de suplementos probióticos que estimulem o crescimento das bactérias certas no intestino. Esta abordagem poderá representar uma estratégia segura e eficaz para ajudar o corpo a eliminar estas substâncias omnipresentes, que têm sido ligadas a riscos para a saúde, incluindo danos renais.

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Imagem gerada por ChatGPT

 Fungo melhora qualidade do trigo e favorece a saúde humana

Um novo estudo revelou que o cultivo de trigo com um fungo benéfico do solo, chamado Rhizophagus irregularis, pode aumentar significativamente o valor nutricional dos grãos. Este fungo estabelece uma relação simbiótica com as raízes do trigo, ajudando a planta a absorver mais nutrientes, especialmente fósforo e zinco. Os cientistas observaram que os grãos produzidos com a presença do fungo eram maiores e apresentavam maior concentração destes micronutrientes. Um ponto relevante é que, mesmo com o aumento do fósforo, não houve aumento nos níveis de fitato — um composto que dificulta a absorção de minerais como o zinco e o ferro pelo corpo humano. O que significa que os nutrientes ficaram mais "biodisponíveis", ou seja, mais fáceis de serem absorvidos pelo organismo. O uso de fungos micorrízicos, como o R. irregularis, representa uma estratégia natural e sustentável para enriquecer alimentos com nutrientes essenciais, sem recorrer a fertilizantes químicos. Além de melhorar o valor nutricional dos alimentos, esta técnica pode contribuir para uma agricultura mais sustentável, reduzindo a necessidade de químicos e promovendo o cultivo de plantas mais saudáveis e resistentes.

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Nova abordagem para reduzir a transmissão da Malária

Um grupo de investigadores conseguiu editar geneticamente mosquitos para torná-los resistentes aos parasitas que causam a malária. Mosquitos da espécie Anopheles gambiae, conhecida por ser a principal transmissora da doença, foram modificados para produzir uma variante rara de uma proteína chamada FREP1, a qual difere da forma comum apenas por um único aminoácido. Esta pequena alteração torna o mosquito muito menos eficaz em hospedar o parasita da malária (Plasmodium), dificultando significativamente o seu ciclo de vida no intestino do inseto. Para garantir que esta versão resistente do gene FREP1 se espalhasse rapidamente numa população de mosquitos, os cientistas recorreram à tecnologia de ‘gene drive’, utilizando o sistema CRISPR-Cas9. Este sistema corta o gene FREP1 normal e substitui-o pela versão resistente durante o processo de reparação celular. Assim, os mosquitos passam a transmitir a mutação a praticamente 100% da sua descendência, em vez dos habituais 50%, acelerando a sua propagação nas populações. Em ensaios laboratoriais, os mosquitos modificados demonstraram ser tão saudáveis e férteis quanto os não modificados. Além disso, quando alimentados com sangue humano infetado com o parasita mais mortal da malária, P. falciparum, apresentaram uma carga parasitária muito inferior à dos mosquitos não modificados. Até ao momento, os testes só foram realizados em ambientes controlados, uma vez que existem preocupações sobre a forma imprevisível como as alterações genéticas podem impactar o ecossistema.

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